segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Resenha #113 172 Horas na Lua

Título: 172 Horas na Lua
Autor: Johan Harstad
Editora: Novo Conceito 
Ano: 2015
Páginas: 288
Classificação: 4,5 estrelas
Sinopse: O ano é 2018. Quase cinco décadas desde que o homem pisou na Lua pela primeira vez.
Três adolescentes comuns vencem um sorteio mundial promovido pela NASA. Eles vão passar uma semana na base lunar DARLAH 2 - um lugar que, até então, só era conhecido pelos altos funcionários do governo americano.
Mia, Midore e Antoine se consideram os jovens mais sortudos do mundo. Mal sabem eles que a NASA tinha motivos para não ter enviando mais ninguém à Lua.
Eventos inexplicáveis e experiências fora do comum começam a acontecer...
Prepara-se para a contagem regressiva.


Quando eu vi 172 Horas na Lua entre os lançamentos da Novo Conceito, fui logo dar uma olhada no Goodreads pra ter uma ideia a respeito do livro. A sinopse me deixou intrigada e de início não tinha ideia do que esperar, mas os comentários no Goodreads aguçou a minha curiosidade e eu tive que conferir. Ainda estou me esgueirando na leitura desse tipo de ficção, já adquiri um lançamento da Aleph então esse lançamento da Novo Conceito também me atraiu por sair um pouco da minha zona de conforto.






Bem, o livro começa em 2010 com um grupo de pessoas bem importantes decidindo sobre uma viagem à Lua e a ideia de levar adolescentes para trazer mais visibilidade e atrair a atenção de uma nova geração. Até então nem todos sabiam que tinha uma base na lua que foi construída nos anos 70, outros detalhes de extrema importância não foi revelado a todos os envolvidos, a viagem tinha o propósito mentiroso de pesquisar o potencial de tântalo setenta e três, mas por baixo dos panos a intenção é bem diferente.



O livro é dividido em três partes. A primeira parte chamada de A Terra são os eventos que se passam antes da jornada à Lua mostrando um pouco da vida dos adolescentes Mia, Midore e Antoine, o momento que ficam sabendo sobre essa grande oportunidade e o treinamento para se tornarem aptos para a viagem.




Mia tem uma banda de punk e sonha com o sucesso, seus pais insistem para que se inscreva no sorteio mas seus planos são outros. De personalidade um pouco rebelde ela se surpreende ao descobrir que seus pais a inscreveram sem seu consentimento, mas as opiniões das meninas da banda acabam fazendo ela reconhecer que isso pode ajudar na sua carreira musical.

Midore que sempre sofreu bullying e não conseguia se mostrar como realmente era na escola, viu sua vida mudar para melhor quando conheceu os jovens extravagantes que se reuniam em Harajuku no centro de Tóquio,fez amigos e se transformou fazendo planos futuros diferente do ideal japonês, sonhando com uma vida em Nova York. Ela vê no sorteio para a viagem à lua um empurrão pra essa vida.

Antoine terminou uma relação muito significativa e não se recuperou, ainda obcecado com a ex que já tem um novo namorado, ele passa as noites observando o quarto da ex e sente que precisa fugir, ir pra o mais longe possível de Simone, a viagem à lua parece ser a solução para os seus problemas.

Acontecimentos estranhos rondam os jovens antes da partida. Será um aviso, de quem? Uma tentativa sobrenatural de mostrar que essa viagem não é segura.

Alternando com os adolescentes temos o SR. Himmelfarb que já foi um administrador de alto nível de segurança da Nasa mas que agora se encontra em uma casa de repouso esquecido e senil. Tendo só a tv como distração ele se depara com as reportagens a respeito da grande viagem à Lua e algo é despertado do fundo de sua memoria.

"Ainda assim, foi como se algo minúsculo despertasse no fundo do cérebro (...)
De repente, todo seu corpo se retesou. Não conseguia respirar.
Ele gritou.
E até na rua o grito fez-se ouvir.
Era o lamento de alguém que acabava de perceber que toda a esperança se fora."

As partes do Sr. Himmelfarb me prenderam muito, mas por ele não estar muito bem não conseguimos muitas respostas dele que parece saber tudo.

A segunda parte chamada O Céu são eventos do momento da partida e a maior parte do livro. Vemos toda a dinâmica dos tripulantes quando chegam na lua e conhecem a base DARLAH 2, logo quando tentam fazer seu primeiro contato com a Terra, o rádio para de funcionar e é então que vários acontecimentos inexplicáveis acontecem pondo em risco a vida de todos. A sobrevivência naquele meio passa a ficar difícil com aos problemas que vão surgindo ao mesmo tempo que uma presença espreita os sobreviventes.



Logo depois o ritmo do livro vai ficando mais apreensivo e você não consegue imaginar o que vai acontecer, o terror ronda em cada canto e é impossível ouvi-lo ou confiar no que vê.



"Sabe, Aldrich, quando Deus expulsou Lúcifer e outros inimigos do paraíso e os fez desabar no abismo até um novo lugar que Ele chamou de inferno, nunca especificou exatamente onde era o inferno não é?."

A terceira parte é chamada de o Retorno e é aqui que eu não menciono mais nada. Só sei que chegou um determinado momento em que eu me surpreendi...



Tive então que voltar na segunda parte para reler. O final do livro é bem interessante, gostei muito da forma como o autor encerrou, você acaba o livro mas ele ainda fica remoendo na sua cabeça.



Gente esse livro está um luxo, nunca vi a edição americana mas a Novo Conceito está de parabéns pelo capricho, eu como leitora adoro e quando dei uma folheada rápida na livraria fiquei com mais vontade de ler o livro.






Cada capítulo vem acompanhada de um retângulo preto estrelado e isso se repete também nas divisões do livro um pouco maior. O livro mantém um mistério com o nome de um Dr. que aparece com um risco preto que me deixou cismada e inventando um monte de teorias. Conta também com algumas gravuras que ilustram algo que foi mencionado no capitulo, bem legal.


 Eu gostei muito de 172 Horas na Lua, a narrativa é bem tranquila sem ser enfadonha, o livro tem todo aquele clima de mistério e o suspense vai do início ao fim. Apesar de ser um livro curto eu consegui me afeiçoar aos adolescentes, no inicio com a Midore e no final com Mia, não tem como não se apegar a Mia. Só não dei 5 estrelas porque esperei que algumas perguntas fossem respondidas e terminei o livro sem aquela sensação de leitura plena. Recomendo pra quem gosta de temas sci-fi, terror e suspense, tem uma mistura na medida dos três.


Uma amostra de como imagino os três tripulantes adolescentes que fizeram sua viagem à Lua.
















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